Sete por cento da população activa em Portugal é de nacionalidades estrangeiras, afirmou recentemente, em Lisboa, a alta comissária para a Imigração e Minorias Étnicas, Rosário Farmhouse. “Em Portugal existem 150 nacionalidades, o que representa cinco por cento da população activa”, revelou a alta comissária.
Rosário Farmhouse considera que Portugal está “bastante bem lançado” nas políticas e nas práticas de integração dos imigrantes, tendo ficado em segundo lugar num estudo realizado no ano passado pelo “British Council” neste domínio. A cidade de Lisboa “enriqueceu e desenvolveu-se com a mistura intercultural e empobreceu quando se fechou à diversidade”, sublinhou a alta comissária. “Nesta fase de crise, muitos países fecham-se à imigração, não percebendo que a abertura ajuda ao desenvolvimento desses países”, acrescentou. O professor universitário e sociólogo Adriano Moreira, acredita que na Europa ainda não foi encontrada uma forma de “viver em harmonia com os outros povos” e de “gerir os conflitos”. As sociedades estão a viver em regime de intolerância e não chega a tolerância. É preciso haver respeito pelas pessoas e, para isso, ainda há um longo caminho a percorrer”, disse. Adriano Moreira afirmou, também, que Lisboa tem “bairros fechados e não tem escolas inclusivas”, mas Rosário Farmhouse contestou dizendo que “há muitas escolas do primeiro ciclo que têm sabido aproveitar a diversidade”. “As crianças que, desde pequenas, exploram as diferenças de cada um são sementes de esperança, vão ser melhores adultos e fazer uma Lisboa melhor”, frisou a alta comissária. De acordo com Rosário Farmhouse, o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) lançou no ano passado um convite à sociedade civil e às instituições públicas e privadas, nomeadamente às autarquias , para inserirem nas suas actividades o tema do diálogo intercultural.


Lusa
Dica da semana, 6 de Novembro 2008
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