De acordo com um estudo qualitativo realizado recentemente pela Multivária, os portugueses têm a ideia generalizada de que os produtos enlatados são menos naturais que os frescos, mas a verdade é que eles mantêm as suas propriedades nutricionais quando cozinhados. Numa altura em que as famílias têm cada vez menos tempo para dedicar à confecção das refeições, é importante ter em atenção que a nova Roda dos Alimentos recomenda o consumo de três a cinco porções de leguminosas por dia. Assim, se o seu ritmo de vida o deixa sem tempo para lavar, cortar e ainda demolhar os vegetais, as conservas podem ser uma ajuda. De acordo com o estudo, os vegetais em conserva são tão seguros como os que compramos a granel, pois passam por um processo de esterilização semelhante ao que as nossas avós usavam em casa, quando colocavam os vegetais em boiões fechados e os ferviam em banho-maria até cozerem e eliminarem todos os microorganismos. De acordo com a nutricionista Helena Real “as conservas são uma opção válida, porque em termos nutricionais quase não existem diferenças quando comparamos os alimentos depois de cozinhados. Normalmente as conservas são feitas através de um processo de esterilização em que o alimento é colocado dentro de uma lata fechada, com água e sal, que depois é exposta a uma temperatura muito elevada durante um curto espaço de tempo. Como não se adicionam corantes nem conservantes a estes alimentos eles são seguros para consumo”. O mais importante, no momento de compra é verificar se a lata se encontra em boas condições. “Se a embalagem estiver amassada ou a verter algum líquido é preferível não comprar, porque o alimento que está lá dentro pode já não estar em boas condições, uma vez que isso só acontece quando os alimentos estão totalmente resguardados do ar”, adverte Helena Real. Além disso, depois de abertos, os vegetais em conserva têm a mesma validade do que os cozinhados em casa, ou seja, quando se abre uma lata e não se utiliza toda a quantidade que ela contém, devemos guardar o que sobra no frigorífico, num outro recipiente fechado, nunca dentro da própria lata e sempre com a água que estava dentro da lata, “porque é precisamente nessa água que se encontram muitos dos nutrientes que se perderam durante o processo de cozedura, uma água que pode depois ser utilizada em sopas, purés ou guisados”, recomenda a nutricionista. Frescos, a granel ou de conserva, o importante é ter sempre presente que os vegetais são fundamentais para uma boa alimentação e um elo essencial no processo digestivo. O seu consumo regular e diversificado contribui também para a redução do colesterol no sangue e para o controlo da diabetes e da obesidade. “Escolha sempre vegetais diversificados e de cores diferentes”, recomenda Helena Real. A cor dos alimentos está associada aos benefícios que eles lhe podem dar. Os alimentos verdes, como por exemplo as ervilhas, são ricos em luteína, um potente antioxidante que ajuda na saúde dos olhos, em potássio, que confere protecção ao sistema cardiovascular, e em ácido fólico, importante durante a gravidez para reduzir o risco de malformações fetais. Os amarelos, tais como o grão de bico e o feijão, pela sua riqueza em fibra, ajudam a regular o intestino e os vermelhos, de que é exemplo o tomate, são ricos em lipoceno, um pigmento com uma forte acção antioxidante.
Fonte: MJF/Grupo GCI
Dica, 11 Setembro de 2008
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