Depressão
10:34 | Author: Ganhar Dinheiro Comig0
Procura de ajuda é fundamental para ultrapassar uma depressão


Considerada por muitos como uma das “epidemias do século XXI”, a depressão atinge actualmente em Portugal cerca de 25 por cento da população.No entanto, não se pode afirmar com certeza que existam mais depressões do que no passado. “Não sei se hoje em dia há mais depressões do que há 20 anos, o que acho é que as pessoas têm menos resistência à frustracção”, afirma o psicólogo e psicanalista, José Carlos Coelho Rosa, que não coloca as causas da depressão em ligação directa com o exterior. “Claro que o sol dá alegria e nos países nórdicos sente-se mais essa falta. Mas que o início do Outono, só por si explique a depressão, duvido. O coeficiente pessoal é muito mais importante nestes casos.”. Por outro lado, há também factores sociais. “Vivemos tempos difíceis e a repressão da agressividade é uma das causas da depressão. Estamos irritados, mas não o demonstrámos, porque não parece bem. O facto de guardarmos para nós toda a nossa agressividade deprime, porque dá-nos a sensação de impotência”, explica o especialista. Apelidado por muitos como o “pai da psicanálise” em Portugal, António Coimbra de Matos escreveu há alguns anos um artigo a que deu o título “Depressão, depressividade, e depressibilidade”, que ainda hoje é citado pelos seus pares. “Existem vários níveis de depressão”, diz José Carlos Coelho Rosa. “A depressibilidade é a condição que qualquer ser humano tem de poder deprimir-se. Quando se fala de depressão, normalmente fala-se de um pico, ou seja, de um momento concreto em que a pessoa se vai abaixo por um motivo qualquer. Depois há ainda a depressividade, uma depressão crónica e latente, presente em pessoas depressivas, nas quais existe todo um tónus de tristeza que lhes perpassa a vida”. O importante é não confundir estados de tristeza com depressão, porque se tratam de coisas distintas.
José Carlos Coelho Rosa adianta que, em regra, “numa depressão há sempre um profundo sentimento de tristeza e de auto-desvalorização. O outro dos sintomas é a falta de sono, nomeadamente o acordar a meio da noite e ficar a cogitar sem conseguir voltar a adormecer, bem como o contrário, ou seja, uma profunda sonolência e falta de vontade para se levantar da cama”. Os sintomas são variados, sendo que associado a uma tristeza profunda geralmente há também um sentimento de perda. “Há casos em que a pessoa perdeu mesmo alguém ou alguma coisa, embora exista uma diferença essencial entre o luto e a depressão. Num luto nós perdemos de facto alguém ou alguma coisa, enquanto que na depressão perdemos algo de mais valioso, nomeadamente o amor desse alguém”, refere o psicanalista. Tratando-se a depressão de um fenómeno patológico, ou seja, de uma doença, a procura de ajuda especializada é quase smepre essencial para se tratar a patologia, “mas se essa procura não partir do próprio doente é difícil que as coisas resultem”, adverte José Carlos Coelho Rosa. “O importante é que as pessoas saibam que os mecanismos de ajuda existem e que podem ser encontrados nos mais variados locais. Dependendo da especialidade que o doente ache ser a mais indicada para o seu caso, cada um apresentará o tratamento adequado. Um psiquiatra, por exemplo, dirá que a solução passa pela prescrição de antidepressivos, um psicanalista, por outro lado, dirá que a resposta está na psicoterapia. Pessoalmente, prefiro a linha da psicoterapia e da psicanálise, porque muitas vezes o que os comprimidos fazem é, pura e simplesmente, aliviar os sintomas, sem resolver o problema, por isso é que muitas vezes quando as pessoas deixam de tomar os comprimidos voltam a cair em depressão”. Lembre-se que é necessária uma grande força de vontade para ultrapassar uma depressão, sendo fundamental combater o isolamento, manter-se ocupado, evitar pensamentos negativos e procurar objectivos de vida concretos.

Fonte: M.J.F.
Dica de dia 23 de Outubro de 2008
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