Ao contrário do que parece aos pais, as famosas “birras” dos dois anos não surgem por mau feitio, teimosia, mimo ou falta de educação. É mais porque aos adultos é difícil entender o “pensamento mágico”…
O pensamento e o raciocínio só surgem se existirem imagens (definidas aqui como representações provenientes de todos os órgãos dos sentidos e não imagens no conceito estritamente visual). O pensamento consiste no agarrar imagens e dar-lhes dinamismo, colando-as e colocando-as em sequência. O raciocínio é comparar e adequar o pensamento, construindo novos pensamentos e novas acções, consoante os desafios e as situações.
O pensamento das crianças em idade pré-escolar caracteriza-se por alguns aspectos que não são os do pensamento dos adultos. O chamado “animismo”, que permite dar características humanas aos objectos, e começa a desaparecer aos quatro anos é substituído pelo realismo, em que se dá corpo às coisas materializando as fantasias. Paralelamente, desenvolve-se o finalismo, que define a tentativa de encontrar uma explicação para os factos e geralmente centrados nela própria.
Entre os dois e os quatro anos, a criança ainda tem um pensamento mágico, em que os desejos se tornam realidade, pelo que a não concretização desses desejos causa revolta e espanto (e as inevitáveis birras). A partir dos quatro anos já há uma separação entre o que se deseja e o que se pode ter e o que a realiade é. Mesmo não compreendendo todo o sistema de causas e efeitos, os porquês e as múltiplas razões, uma criança tenta entender o “porque não”. Os pais podem ajudar, se disponibilizarem tempo e tranquilidade para a ouvir e explicar que não pode ser, sem a humilhar ou destruir o seu desejo.
Caso 1
Um episódio: “Mãe, eu quero ir ao jardim zoológico”.
“Estás parvinha, Sara? Não percebes que está noite e que estou cansada? Bolas, tens três anos. Quando é que cresces? Ir ao jardim zoológico a esta hora. Que imbecilidade!”
Caso 2
O mesmo episódio com outro argumentista: “Mãe, quero ir ao jardim zoológico”
“Olha querida, que grande ideia. Uma menina de três anos com ideias tão boas! Eu também me apetecia, sabes? Mas só que a esta hora os bichos estão a dormir. Mas vamos fazer assim: uma ideia como esta vale a pena guardá-la. Um dia destes, quando estiver bom tempo e houver sol, havemos de ir ao jardim zoológico ver os bichos. E que tal, já que não podemos ir, a história de hoje à noite ser sobre uma macaquinho da Aldeia dos Macacos?”
Daí a duas semanas, num sábado em que o dia estava bonito, a mãe da sara disse à filha: “lembras-te daquela boa ideia que tiveste no outro dia, quando falaste em irmos ao Jardim zoológico? Que tal irmos hoje?”
O pensamento e o raciocínio só surgem se existirem imagens (definidas aqui como representações provenientes de todos os órgãos dos sentidos e não imagens no conceito estritamente visual). O pensamento consiste no agarrar imagens e dar-lhes dinamismo, colando-as e colocando-as em sequência. O raciocínio é comparar e adequar o pensamento, construindo novos pensamentos e novas acções, consoante os desafios e as situações.
O pensamento das crianças em idade pré-escolar caracteriza-se por alguns aspectos que não são os do pensamento dos adultos. O chamado “animismo”, que permite dar características humanas aos objectos, e começa a desaparecer aos quatro anos é substituído pelo realismo, em que se dá corpo às coisas materializando as fantasias. Paralelamente, desenvolve-se o finalismo, que define a tentativa de encontrar uma explicação para os factos e geralmente centrados nela própria.
Entre os dois e os quatro anos, a criança ainda tem um pensamento mágico, em que os desejos se tornam realidade, pelo que a não concretização desses desejos causa revolta e espanto (e as inevitáveis birras). A partir dos quatro anos já há uma separação entre o que se deseja e o que se pode ter e o que a realiade é. Mesmo não compreendendo todo o sistema de causas e efeitos, os porquês e as múltiplas razões, uma criança tenta entender o “porque não”. Os pais podem ajudar, se disponibilizarem tempo e tranquilidade para a ouvir e explicar que não pode ser, sem a humilhar ou destruir o seu desejo.
Caso 1
Um episódio: “Mãe, eu quero ir ao jardim zoológico”.
“Estás parvinha, Sara? Não percebes que está noite e que estou cansada? Bolas, tens três anos. Quando é que cresces? Ir ao jardim zoológico a esta hora. Que imbecilidade!”
Caso 2
O mesmo episódio com outro argumentista: “Mãe, quero ir ao jardim zoológico”
“Olha querida, que grande ideia. Uma menina de três anos com ideias tão boas! Eu também me apetecia, sabes? Mas só que a esta hora os bichos estão a dormir. Mas vamos fazer assim: uma ideia como esta vale a pena guardá-la. Um dia destes, quando estiver bom tempo e houver sol, havemos de ir ao jardim zoológico ver os bichos. E que tal, já que não podemos ir, a história de hoje à noite ser sobre uma macaquinho da Aldeia dos Macacos?”
Daí a duas semanas, num sábado em que o dia estava bonito, a mãe da sara disse à filha: “lembras-te daquela boa ideia que tiveste no outro dia, quando falaste em irmos ao Jardim zoológico? Que tal irmos hoje?”
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