Ginecologista? Com a chegada da puberdade o corpo muda de forma e a cabeça enche-se de dúvidas. As jovens procuram entender as alterações do corpo e estão ávidas por informação sobre sexualidade, contracepção, doenças sexualmente transmissíveis e muito mais. Será a altura de substituir o pediatra pelo ginecologista?
Existe uma idade ideal para procurar um ginecologista? Esta poderá ser uma daquelas questões levantadas pelas adolescentes. Embora não haja uma “hora certa”, Martinez de Oliveira, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), diz que, “numa perspectiva preventiva, a primeira consulta deve ocorrer antes de qualquer situação de risco”. Mas “por motivos educacionais isso raramente acontece”, explica.
Para detectar precocemente eventuais complicações, “a primeira observação ginecológica é tecnicamente aconselhável por volta dos dez anos”, afirma o especialista. Mas ressalva que, “tendo em conta a baixa frequência de problemas nesta altura”, uma consulta nesta idade não é facilmente aceite.
As irregularidades menstruais acompanhadas de dor são um dos motivos mais frequentes que conduzem à primeira consulta no ginecologista.
Acontece que “as jovens procuram cada vez mais o especialista para solicitar aconselhamento ou realizar exames de rotina, após a primeira relação sexual”.
Quês e porquês?
-» Identificação de dificuldades relacionadas com anomalias que impedem o fluxo menstrual normal
-» Esclarecimento ou resolução de problemas que tenham que ver com a actividade sexual
-» Informações para prevenção de eventuais gravidezes não desejadas
-» Informação sobre a prevenção (e tratamento, se necessário de doenças sexualmente transmissíveis.
-» Acesso a contraceptivos.
Mudam tempos e atitudes
Se há uns anos a consulta no ginecologista era encarada com algum pudor e vergonha, hoje assiste-se a uma mudança de atitude: “Antigamente, as jovens dirigiam-se à consulta para pedir ajuda contraceptiva usando como desculpa as dores menstruais ou outros sintomas. Actualmente, os contraceptivos e a informação sobre temas de sexualidade, assuntos nem sempre abordados em casa pelos pais, são solicitados directamente.” Hoje, a acessibilidade e a divulgação facilitam a consulta sem receios ou tabus. “ Esta percepção dependente de factores culturais e do perfil educacional ou religioso”, justifica Martinez de Oliveira. As jovens “já não se sentem “agredidas” na sua privacidade” no momento do exame, embora revelem “ algum pudor”.
Ainda há mitos associados à consulta no ginecologista, mas já “não são tão perceptíveis como antigamente”. O receio de se sentir dor e ter de expor o corpo são mais comuns, mas o especialista desmistifica: “ Um exame ginecológico realizado com tranquilidade e sem desconforto é o primeiro passo para uma observação regular e descontraída”.
Normalmente, as mães dão um “empurrãozinho” às jovens, alertando-as para a necessidade de recorrerem à primeira consulta e até acompanhando-as quando existem eventuais problemas. Mas quando a situação é apenas de aconselhamento, a jovem “prefere ir sozinha, pois a presença da mãe causa alguma inibição na abordagem aos temas da sexualidade”.
Consulta sem mistérios
Pode parecer um bicho-de-sete-cabeças mas, na prática, não há mistério algum na visita ao ginecologista: “ Atendendo à perspectiva que motiva a consulta e a vivência sexual, o médico presta aconselhamento, rastreio (componente preventiva) e a identificação ou correcção de problemas.”
Claro que os procedimentos são adaptados à idade da jovem. “Quando fazemos um exame a uma criança antes da menarca (aparecimento do ciclo menstrual), o material utilizado, depende, naturalmente, do objectivo da consulta e das condições físico-corporais.” O especialista acrescenta que “o exame físico (mamário e ginecológico) é fundamental para detectar problemas e ajuda a criar empatia entre a jovem e o seu médico.”
Para a marcação da primeira consulta, as jovens podem optar pelo sistema público ou privado, dependendo da oferta de que disponham na sua região e da disponibilidade financeira.
No primeiro caso, podem recorrer às consultas de planeamento familiar, que são realizadas por médicos de família. Algumas unidades de saúde e até hospitais dispõe de consultas – com profissionais de saúde devidamente treinados e sensibilizados – dirigidas a adolescentes e a jovens.
Fonte: Notícias Magazine
8 Março 2007
Existe uma idade ideal para procurar um ginecologista? Esta poderá ser uma daquelas questões levantadas pelas adolescentes. Embora não haja uma “hora certa”, Martinez de Oliveira, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), diz que, “numa perspectiva preventiva, a primeira consulta deve ocorrer antes de qualquer situação de risco”. Mas “por motivos educacionais isso raramente acontece”, explica.
Para detectar precocemente eventuais complicações, “a primeira observação ginecológica é tecnicamente aconselhável por volta dos dez anos”, afirma o especialista. Mas ressalva que, “tendo em conta a baixa frequência de problemas nesta altura”, uma consulta nesta idade não é facilmente aceite.
As irregularidades menstruais acompanhadas de dor são um dos motivos mais frequentes que conduzem à primeira consulta no ginecologista.
Acontece que “as jovens procuram cada vez mais o especialista para solicitar aconselhamento ou realizar exames de rotina, após a primeira relação sexual”.
Quês e porquês?
-» Identificação de dificuldades relacionadas com anomalias que impedem o fluxo menstrual normal
-» Esclarecimento ou resolução de problemas que tenham que ver com a actividade sexual
-» Informações para prevenção de eventuais gravidezes não desejadas
-» Informação sobre a prevenção (e tratamento, se necessário de doenças sexualmente transmissíveis.
-» Acesso a contraceptivos.
Mudam tempos e atitudes
Se há uns anos a consulta no ginecologista era encarada com algum pudor e vergonha, hoje assiste-se a uma mudança de atitude: “Antigamente, as jovens dirigiam-se à consulta para pedir ajuda contraceptiva usando como desculpa as dores menstruais ou outros sintomas. Actualmente, os contraceptivos e a informação sobre temas de sexualidade, assuntos nem sempre abordados em casa pelos pais, são solicitados directamente.” Hoje, a acessibilidade e a divulgação facilitam a consulta sem receios ou tabus. “ Esta percepção dependente de factores culturais e do perfil educacional ou religioso”, justifica Martinez de Oliveira. As jovens “já não se sentem “agredidas” na sua privacidade” no momento do exame, embora revelem “ algum pudor”.
Ainda há mitos associados à consulta no ginecologista, mas já “não são tão perceptíveis como antigamente”. O receio de se sentir dor e ter de expor o corpo são mais comuns, mas o especialista desmistifica: “ Um exame ginecológico realizado com tranquilidade e sem desconforto é o primeiro passo para uma observação regular e descontraída”.
Normalmente, as mães dão um “empurrãozinho” às jovens, alertando-as para a necessidade de recorrerem à primeira consulta e até acompanhando-as quando existem eventuais problemas. Mas quando a situação é apenas de aconselhamento, a jovem “prefere ir sozinha, pois a presença da mãe causa alguma inibição na abordagem aos temas da sexualidade”.
Consulta sem mistérios
Pode parecer um bicho-de-sete-cabeças mas, na prática, não há mistério algum na visita ao ginecologista: “ Atendendo à perspectiva que motiva a consulta e a vivência sexual, o médico presta aconselhamento, rastreio (componente preventiva) e a identificação ou correcção de problemas.”
Claro que os procedimentos são adaptados à idade da jovem. “Quando fazemos um exame a uma criança antes da menarca (aparecimento do ciclo menstrual), o material utilizado, depende, naturalmente, do objectivo da consulta e das condições físico-corporais.” O especialista acrescenta que “o exame físico (mamário e ginecológico) é fundamental para detectar problemas e ajuda a criar empatia entre a jovem e o seu médico.”
Para a marcação da primeira consulta, as jovens podem optar pelo sistema público ou privado, dependendo da oferta de que disponham na sua região e da disponibilidade financeira.
No primeiro caso, podem recorrer às consultas de planeamento familiar, que são realizadas por médicos de família. Algumas unidades de saúde e até hospitais dispõe de consultas – com profissionais de saúde devidamente treinados e sensibilizados – dirigidas a adolescentes e a jovens.
Fonte: Notícias Magazine
8 Março 2007
0 comentários: